terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eu vivi isso

Relembrando:
era noite de lua cheia, brisa quente, maré baixa...escuto o canto das águas, olhando os desenhos no céu, formado por estrelas cadentes.
Ouço distante alguém falar sobre um eclipse. Levanto e caminho nas águas rasas. Uma força desconhecida me guia rumo a barreira de corais. A poucos metros dela, vejo a imagem mais linda. É uma fotografia afetiva. As ondas batem com poder gentil sobre os corais. Eles me protegem. Mas eu quero ir além.
Pergunto a ele: "O que tem depois da barreira de corais?".
Ele responde, com aquela fala simples que é só dele: "oceano profundo".

Eu pinto um abismo azul.
Nesse momento, minha alma se desprende e corre rumo à ele...Oceano profundo.
Meu corpo se agacha, enrolo meus dedos em algas...Não, as algas envolvem minha mão.

Deixo-as me levarem no seu balanço. Sou outro algo.
Tudo que é pequeno brilha intensamente, refletem luz aos meus olhos. No mar...No céu.
Existe algo de mim que jamais voltou desse mergulho. Jamais voltou desse mar, desse céu, dessas pedras.
Eu carrego no peito desde então, um som. O silêncio azul daquela noite.


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