quinta-feira, 29 de julho de 2010
amora gorda de puro caldo que te inunda de doçura
quarta-feira, 28 de julho de 2010
CIRCUNSCREVER
“Para reduzir sua infelicidade, o sujeito coloca suas esperanças num m´todo de controle que lhe permitiria circunscrever os prazeres que lhe proporciona a relação amorosa: por um lado, conservar esses prazeres, usurfruí-los plenamente, e, por outro, colocar num parêntese de impensado as LARGAS zonas depressivas que separam esses prazeres: “esquecer” o ser amado do lado de fora dos prazeres que proporciona.”
E Deus fez Barthes. E eles fez “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, do qual retirei o texto acima.
Aqui me encontro, novamente nesta situação de ser o espelho. Mas agora sou outra.
Sou um espelho complacente. Um espelho de contos de fadas: ao memso tempo generoso e traiçoeiro.
Há alguém que muito me gosta. E eu o aprecio em retorno. Muito mais do que isso é obscuro ainda.
This is not about love. Na verdade é sim, é sobre um amor que poucos ouviram falar; não está nos filmes(talvez em alguns poucos e esquecidos filmes), não está nos romances literários, não está nas músicas que fazem o coração aquecer. I stoped fallin’ out.
Esse amor, que experencio mais que qualquer outro tipo; difuso, volúvel, variante em tantos aspectos; está se muito bem entendido, nos livros de filosofia, em fotografias ambíguas. E dentro de mim vive.
Buscando não uma verdade, mas uma clareza de idéias, de discurso; digo a ele o que penso e o que sinto.
Mas não posso ser totalmente sincera. A sinceridade magoa e mesmo que a dor esteja em toda parte, utopicamente desejo poupá-lo de qualquer dor causada por mim.
Não serão minhas palavras a ferí-lo. Mas isso é uma atitude bem covarde e condescendente.
Porque no fundo, é a mim que não quero ferir.
Eu sou o espelho, lembra? E só porque passei a perceber um pequeno reflexo na sua face é que iluminada me rendi aos meus encantos.
Se possível fosse, colocar numa gaveta todos os hiatos, os brancos e vazios de uma relação, os primeiros amores durariam pra sempre.
Mas ansiamos a plenitude numa relação. Que venha e preencha TODOS os pequenos espaços vazios e tristes, da minha alma! Mal sabendo o quão importantes são esses espaços.
Meu coração é grande; sossegue que já tens definido seu espaço, o que vamos construir nele…
Ninguém sabe.
lampejos do verbo
“Eu tenho um gosto rasteiro de
ir por reentrâncias
baixar em rachaduras de paredes
por frinchas, por gretas – com lascívia de hera”
las.cí.vi:a
palavra quase nome próprio
a língua enrola nas costas
acaricia o céu da boca…
experimenta
Palavra que se re-laciona
com outras
tão molhadas quanto ela
vo.lú.pia
e
lú.bri.co
palavra-gozo
o dizer é todo o sexo
petit mort de um poema
25 de março de 2010
Minhas palavras favoritas do dia: etérea e ígnea.
Sou as duas ao mesmo tempo,
se alternando e se embolando,
se anulando e se somando.
Sou.
.
O verbo favorito do dia é: sorver.
Só se sorve coisas preciosas e raras…Iguarias.
____..._____
alumbrar é mais bonito porque não tem prefixo…a luz interior.
.
o tempo me sorve,
deliciando-se aos poucos
num banquete que perdura anos
_____..._____
pá, lavra
Tenho retomado o meu gosto pelas palavras.
Cada vez q dou à luz
à palavra não-ordinária,
através da minha boca;
fico olhando-a nos olhos
e acariciando…
Quero lamber ela
quero vestir, comer e sentir,
cheirar o som que reproduz.
.
Palavra é semente lavrada.
20 de março de 2010
Sábado
me sinto desértica…
se tu ventar, eu esfarelo
mas assim po(t)ente eólico é teu desejo